sábado, 18 de fevereiro de 2012

Andar com Deus

“Pela fé Enoque foi arrebatado, de modo que não experimentou a morte; "ele já não foi encontrado porque Deus o havia arrebatado", pois antes de ser arrebatado recebeu testemunho de que tinha agradado a Deus.” Hebreus 11:5


Existe um velho ditado popular que diz: “Me diga com quem tu andas e te direi quem tu és”. Não gosto muito dos ditos populares, mas este em especial traz consigo um entendimento claro e objetivo sobre a formação de nossa identidade. É no caminho, enquanto andamos, que nos constituímos a pessoa que somos; no entanto, o destaque não está para o caminho em si, mas para com quem andamos no caminho. Uma vez que a vida é marcada por muitos encontros, muitas trocas relacionais; uma vez que somos humanos, portanto, criados para nos relacionarmos; com quem andamos nos define, assim como contribuímos para a definição da identidade de outros. Há um atravessamento de forças em duas direções, portanto, estamos no movimento da atividade e da passividade; influenciamos e somos influenciados. Sendo assim, com quem andamos diz muito sobre nós.
O grande projeto de Deus para nós, é que estejamos em conformidade com seu Filho Jesus Cristo, no entanto, ser parecido com Jesus, pressupõe aprender, antes de tudo, a andar com Deus. Enoque aprendeu bem esta lição, ele andou com Deus e consequentemente alcançou o coração do Pai e o agradou.
Andar com Deus é o maior desafio da vida, pois tudo em nós, uma vez que somos marcados pelo pecado adâmico, anda na contramão desse desafio. Quando olhamos para a relação do homem com Deus no cenário que antecede ao pecado, o que vemos é intimidade plena e absoluta entre Deus e o homem. Deus passeava no jardim com Adão e Eva, mas um dia esta busca é atravessada pela fuga, pois o pecado definitivamente entra na raça humana - “E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.” (Gênesis 3:8). Mas diante de tudo isso, me impressiona a persistência de Deus e seu grande amor por nós, pois desde então, e ainda hoje, Ele, o Senhor deseja relacionar-se conosco e nos convida em todo o tempo: “venha andar comigo”. Enoque, o sétimo homem de uma geração corrompida, resgata, com sua postura carregada de fé e temor a Deus, o princípio da intimidade, perdida no Éden. O que havia de diferente em Enoque em comparação a Adão ou mesmo Caim? Eu diria: o coração. Enoque amava a Deus, e contrariando a realidade corrompida de sua geração, decidiu andar e viver acima da média. Uma postura de tamanha nobreza espiritual, só sé possível quando aprendemos a valorizar a Deus acima de tudo e entendemos que o seu amor é melhor que a vida. Só investimos tempo, só nos dedicamos àquilo que ocupa, no nosso íntimo, um status de valor para nós. Admiro-me com o que diz o salmista - “Quero contemplar-te no santuário e avistar o teu poder e a tua glória. O teu amor é melhor do que a vida! Por isso os meus lábios te exaltarão.” (Salmo 63.2-3). É preciso ter fé para viver nesse padrão, é preciso ter muita fé para andar com Deus em intimidade. Aliás, andar com Deus é a mais extraordinária prova de Fé. É como dizem as Escrituras: “Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos.” (2 Coríntios 5:7). A fé nos possibilita essa caminhada! Outro grande fator, além da valorização da presença de Deus, é a negação do nosso caminho. Mas como negar o que amamos, como negar o que desejamos, como negar o que toma assento no trono no nosso coração? Só mesmo morrendo, somente tomando a cada dia nossa cruz - “Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me.” (Lucas 9:23). Andar com Deus torna-se uma contravenção aos desejos carnais, é um verdadeiro insulto ao nosso projeto de ser feliz à nossa maneira. Andar com Deus só é possível, quando somos capazes de abrir mão dos nossos sonhos para abraçar os sonhos de Deus, sem reservas, sem volta, sem saudade. Somos livres, e podemos seguir nossos caminhos, mas não podemos nos esquecer que “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” (Provérbios 14:12) e ainda lembrar a nós mesmos que “O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jeremias 17:9). Quer viver sem enganos, sem falsas esperanças, sem ilusões? Então você só tem uma saída: ande com Deus!
Fomos criados para o louvor da glória de Deus, esse é o propósito. Deveríamos ser uma canção de amor a Deus, “Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado.” (Efésios 1:4-6). Ande com Deus e não olhe para trás, porque "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". (Lucas 9:62).
Voltando ao princípio já citado: com quem andamos diz muito sobre nós. Então, ande com Deus e te dirão: Você parece com Jesus!

“Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca, exausta e sem água.” (Salmos 63.1).

Pr. Hilquias

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Nossa Bandeira

“E Moisés edificou um altar e lhe chamou: O SENHOR É Minha Bandeira.”
(Êxodo 17.15)

Todos nós, indistintamente, enfrentamos ao longo da vida, muitas batalhas. O que nem sempre fica claro é: contra quem lutamos e ao lado de quem lutamos; quem são nossos adversários e quem são nossos aliados. A falta de discernimento nos campos de batalhas da vida nos levam a levantar bandeiras erradas, a defender causas erradas e a lutar sem direção.  Moisés sabia com quem estava lutando, ele sabia que Amaleque era seu grande adversário e sabia que o Senhor era seu grande aliado; aliás, mais que simplesmente um aliado, era sua fonte de força e poder, sua condição para a vitória.
Uma bandeira é carregada de significados e sentidos para um povo. Uma bandeira é uma espécie de memorial que representa as lutas e conquistas, que diz sobre seus sonhos, suas histórias, suas marcas, suas glórias. Ao ser hasteada, uma bandeira ergue o sentido de uma nação. Quando Moisés declara: “O Senhor é minha bandeira”, ele está dizendo: O Senhor é quem me dá sentido, Ele é a minha vitória, é a minha glória. Nossas batalhas não são vencidas por estratégias ou forças humanas, mas pela graça e poder de Deus. Já dizia Salomão: “Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, porém do SENHOR vem a vitória.” (Provérbios 21:31). Ir ao campo de batalha é tarefa nossa, lutar é nosso dever, mas a vitória sempre virá do alto, sempre será dispensação do trono de Deus.
Antes de declarar que o Senhor era a sua bandeira, Moisés edificou um altar ao Senhor. No Reino de Deus o altar é a prerrogativa para a vitória. Não faz sentido bandeiras erguidas com altares caídos. É na devoção que nossa vitória começa; é na vida de adoração que nossos inimigos caem; é na dependência de Deus que encontramos forças para lutar. Se queremos erguer bandeiras de vitórias, então é fundamental colocar fogo no altar e prepará-lo para o sacrifício. É bom lembrar do que o apóstolo Paulo nos diz: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.” Acenda a chama da devoção a Deus e se ofereça a Ele como sacrifício vivo, santo e agradável e não será difícil passar pelos campos de batalhas e subir ao cume de um monte e comemorar a vitória.  “O Senhor é a nossa bandeira”.

“Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Coríntios 15:57)

Pr. Hilquias