quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

HOJE, é tudo que tenho!



“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.” Tiago 4.14,15


Arthur Schopenhauer, em A Arte de Ser Feliz, ao afirmar que sabedoria de vida é usufruir do presente, declara: “...planos e preocupações com o futuro ou também a saudade do passado ocupam-nos de modo tão contínuo e duradouro, que o presente quase sempre perde a sua importância e é negligenciado; no entanto, somente o presente é seguro, enquanto o futuro e mesmo o passado quase sempre são diferentes daquilo que pensamos. Sendo assim, iludimo-nos uma vida inteira.” 

É curioso o que fazemos com a vida, ao viver ancorado no passado, normalmente carregado de saudosismo infrutífero e nostalgia insignificante; ou ainda, projetando a vida sempre para frente, como se, de alguma maneira, o melhor sempre tivesse distante, e tudo que tenho que fazer é dar um passo a mais e sempre um passo a mais, para quem sabe um dia agarrar uma tal felicidade. De certa forma, sonhar é preciso, pois os sonhos nos movem. Minha crítica à projeção que fazemos no futuro, não se refere ao exercício de planejar, ter esperanças, expectativas e se mover por fé na certeza de que o melhor de Deus está por vir, pois ao contrário morreríamos; mas, me refiro ao fato de fazer do futuro uma condição de negação do presente. Muitos são aqueles que se sustentam em discursos futuristas ou preteristas e de forma leviana acabam negando a vida que já possuem e, portanto, abraçam uma falsa sensação de vida, uma ilusão. Trata-se de um prejuízo incalculável, negar a vida ao negar o hoje, o tempo presente, pois o presente é tudo o que temos, já dizia Tiago, ao afirmar que não sabemos nada sobre o futuro e que a vida é frágil e transitória como um vapor.

Por ignorar o presente e viver em um movimento pendular improdutivo de ora no passado, ora no futuro, perdemos oportunidades fantásticas de afirmar a vida que Deus nos deu e usufruir da graça de Cristo no aqui e agora. Perde-se tanto por não enxergar o valor imensurável do momento presente. Já afirma o dito popular: “quem vive de passado é museu”, eu ainda diria: quem vive de futuro é lunático, louco.
Não somos pessoas sem passado ou sem futuro, pois o passado diz muito sobre nós e o futuro se apresenta como esperança. No passado estão os registros mais relevantes que me permitem entender o porquê sou quem sou; e no futuro a projeção de conquistas que ainda não fiz. Mas mesmo estando carregado de sentidos, de importância, tanto o passado quanto o futuro, ainda assim, tudo o que realmente tenho é o presente. É o que posso mensurar, tocar, usufruir. Nosso pecado é a demasia com que atribuímos valor ao passado e ao futuro. Arthur Schopenhauer em Aforismos para a Sabedoria de Vida,  afirma: “Muitos vivem em demasia no presente: são os levianos; outros vivem em demasia no futuro: são os medrosos e os preocupados.”
Tudo que temos é hoje! Afirme-o, pois é dádiva divina. O presente constitui o cenário perfeito para a nossa felicidade.

“Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo...”  Mateus 6.34

Pr. Hilquias 



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