terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Intercessão: Excelente Serviço

“Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” Efésios 3:14

Todos temos nossa agenda pessoal de oração. Há sempre algo que esperamos que o Senhor faça por nós. É essa agenda que costumeiramente organiza nossa “vida de devoção”; é essa agenda que nos motiva a clamar a Deus por respostas. A relação de petições é a mais variada, e vai desde a cura de uma enfermidade grave, até mesmo a resolução de um conflito amoroso; outros se arriscam a pedir aumento de salário, o êxito nos negócios, a entrada na universidade e pode até mesmo chegar ao absurdo de um pedido de justiça, carregado de vingança. O que todas as petições normalmente têm em comum, é o objeto de nossa preocupação: nós mesmos. Portanto, trata-se quase sempre de orações norteadas por um sutil egoísmo, disfarçadas de piedade e até mesmo de santidade; pois na verdade, não seríamos capazes de empreender a mesma peregrinação de suplicas por outro alguém que não fosse nós mesmos; talvez, na melhor das hipóteses, suplicaríamos por alguém que amamos, o que naturalmente transforma a petição pelo outro, numa petição de nosso interesse.
Alguém poderia se perguntar? É errado buscar a Deus por minha vida? Eu diria: não, claro que não. A Bíblia está cheia de conselhos para buscarmos a Deus sobre todos os aspectos da vida. Aliás, se queremos uma caminhada segura nesta vida, devemos considerar tudo diante de Deus e esperar por respostas, antes de nos aventurarmos pelos atalhos e descaminhos. O apóstolo Paulo, falando aos Filipenses nos dá um conselho tremendo a esse respeito, quando diz: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.” Filipenses 4:6. O próprio Senhor Jesus, nossa maior referência de vida, nosso padrão, nos motiva a percorrermos o caminho da oração: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.” Mateus 7:7. Então, certamente não é pecado orarmos por nós mesmos. Mas a pergunta que precisa de resposta é: Seríamos capazes de orar com a mesma obstinação, com o mesmo entusiasmo, com a mesma fé por alguém que não seja nós mesmos? Talvez ousemos dizer que sim! Mas o que se revela na prática, no campo da oração é um cenário cheio de particularismos, de interesses diminutos e até mesmo mesquinhos, pois quase sempre saturamos os ouvidos do Pai com nossos “fetiches”, nossos desejos e devaneios capitalistas, com nossas necessidades imediatas e temporais, com nossas buscas por uma tal “felicidade”, seja no amor ou no dinheiro.
Raramente encontraremos pessoas lotando os templos, em busca de Deus, nas tantas campanhas ou correntes de oração, ofertadas nos mais diversos endereços, com uma preocupação genuinamente altruísta. Não é comum templos serem lotados para se buscar a Deus pelos famintos, pelos desempregados, pelas minorias sociais, pelos meninos de rua, pela salvação dos perdidos, pela resolução das grandes desigualdades sociais, pela paz na cidade, pela edificação e testemunho da igreja, pelo conflito no Oriente Médio e tantos outros motivos. Mas o que lota os templos são campanhas que massageiam nosso ego, que nos prometem saúde, prosperidade financeira, sucesso profissional, ascensão empresarial, casamento feliz e tantos outros. Deveríamos buscar a Deus por essas razões que dizem sobre nossas angústias, medos, sonhos e expectativas, mas não poderíamos nos esquecer que existem muitas outras razões para nos dobrarmos diante de Deus em oração, que vão além de nós mesmos.
Paulo, afirma “Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” Efésios 3:14. O que temos em destaque nesse versículo é a motivação do coração do apóstolo ou ainda, a razão que o levava a dobrar-se diante de Deus. O que o movia a orar, não era sua agenda pessoal, mas a edificação da igreja em Éfeso. Existem muitas razões para orarmos, mas deveríamos aprender o caminho da intercessão, o caminho da oração que contempla alguém além de nós mesmos, o caminho da oração que percebe as necessidades para além dos limites de nosso bem-estar. Como afirma Oswald Smith “A forma mais excelente de serviço cristão é a oração intercessória.” A intercessão nos leva a experimentar um pouquinho do caráter de Cristo e a entender, mesmo que minimamente, como funcionava o Seu coração. Quando nos tornarmos capazes de investirmos tempo em oração por alguém que não seja nós mesmos, não precisaremos nos preocupar com nossa agenda, pois Deus cuidará dela. A Bíblia diz: “E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.” Jó 42:10. Nossos “cativeiros” podem ser virados pela intercessão.

“A forma mais excelente de serviço cristão é a oração intercessória.” (Oswald Smith)

Pr. Hilquias

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Resistindo no Dia Mau

“...fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder (...) para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.” Efésios 6:10,13

Normalmente não sabemos quando seremos surpreendidos com ameaças, calúnias, enfermidades, falências, traições, perdas, crises familiares ou perseguições. Todos teremos em algum momento da vida um “dia mau”, um dia em que nosso chão desaparece, nosso mundo cai e temos comprometida a esperança e quem sabe, até mesmo a fé. Um dia em que nossas expectativas serão frustradas, nossos sonhos adiados. No entanto, se frequentamos a presença de Deus em oração, se dEle nos tornamos íntimos, se diante dEle nos prostramos com um coração simples e sincero; não será difícil resistir esse “dia mau” e recobrar a consciência de que tudo está debaixo do governo de Cristo e que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que o amam (Romanos 8.28).
Paulo, o apóstolo, sabedor dos desafios da vida e das possibilidades de ataques infernais no mundo espiritual contra nossas vidas, nos propõe um caminho: “...fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder (...) para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.” Efésios 6:10,13. Ficamos de pé diante das adversidades e das investidas de Satanás, quando diante de Deus estamos de joelhos.
Estamos em luta, estamos no meio de uma grande batalha entre reinos, e nosso coração é uma das arenas dessa luta, portanto, “sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” 1 Pedro 5:8.
O “dia mau”, pode ser uma grande tragédia na vida, mas também pode ser o melhor momento para revelar quem nós somos; para dizer de nossa intimidade com Deus, da intensidade de nossa fé e de nossa devoção. Não podemos evitar o dia mau, mas podemos resisti-lo com oração!
Quando observamos o cenário cristão contemporâneo, não dá para ignorar o fato de estarmos diante de um momento da história marcado por muitas quedas e fraquezas de caráter. Escândalos de cristãos dentro e fora das igrejas: traições, injúrias, perversões sexuais, banalização da família, violência contra crianças e mulheres, desonestidade nos negócios, mentiras, ganância, embriaguez, tramas de vingança etc. são algumas marcas de nosso tempo. Se a oração nos mantém de pé, se a devoção a Deus nos faz temê-lo e obedecê-lo, se vida de intimidade com Deus nos torna parecidos com Jesus, se a busca pela presença de Deus nos torna melhores, se nos apresentarmos diante de dEle com coração quebrantado nos faz manter o foco nos valores do Reino; existem, então, duas hipóteses para essa avalanche de quedas e fraquezas de caráter: primeiro, não trata-se de homens e mulheres genuinamente convertidos, mas que apenas freqüentam os arraiais da fé e segundo, trata-se de discípulos de Cristo, que perderam o foco, a essência do cristianismo, porque antes de mais nada, se perderam no que diz respeito a oração e consequentemente à intimidade com Deus.
Se queremos ser honrados e recompensados por Deus, se queremos ver Deus agir em nosso favor, se queremos ficar de pé no “dia mau”, cabe-nos ouvir o conselho de Cristo: “Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mateus 6:6. A recompensa pública começa na devoção privada! Se queremos permanecer de pé, viver debaixo do eterno propósito de Deus e resistir o “dia mau”, só temos um caminho: ORAÇÃO.  Como diz o político italiano Francesco Forgione "O que falta na humanidade é a oração." 

“Quando trabalhamos, trabalhamos; quando oramos, Deus trabalha” (Oswald Smith).

Pr. Hilquias

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Põe em ordem sua Devoção



“Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém. Três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus, como costumava fazer.” (Daniel 6.10)

Todos conhecemos a clássica história de Daniel na cova dos leões e do grande livramento de Deus sobre sua vida. O que nem sempre é colocado em destaque é que a cova era o preço pago por amar a Deus e se dobrar diante dEle em oração, em devoção. A bíblia diz que os políticos da época procuravam achar ocasião para culpabilizar ou incriminar Daniel, mas nada puderam encontrar, pois ele era fiel e íntegro, diante de Deus e dos homens. Restaram-lhes promulgar um edito real que proibia, por um período de trinta dias, que se fizessem no reino petições a qualquer deus ou homem, a não ser ao rei Dario. Como pena, o “infrator” seria lançado na cova dos leões”. Que barbárie contra Daniel! Como esperar de um homem o silêncio, quando em sua jornada espiritual, três vezes por dia se prostrava diante de Deus em profunda devoção? Como silenciar um homem que freqüentava rotineiramente a presença do Pai? Como calar os lábios de alguém que sabia a quem servia? O final da história todos sabemos: Daniel vai parar na cova e o Senhor o livra.
Pensando nos detalhes dessa narrativa, o que vale à pena ser evidenciado é o fato de que Daniel mantinha sua devoção em ordem. Ele sabia a importância da oração! Para ele, orar não era um simples rito religioso vazio de sentido, mas era profunda devoção ao seu Deus. Mesmo cercado por uma cultura carregada de misticismo, de idolatria e corrupção, Daniel fez da devoção a Deus um estilo de vida. Santidade, integridade, discernimento espiritual, ousadia, mansidão são alguns dos muitos valores morais e espirituais que acompanhavam sua vida, mas tudo isso como resultado de uma mesma fonte: vida com Deus. Não se compra integridade, não se fabrica santidade, não se forja discernimento espiritual etc, mas quando se faz da devoção uma prioridade esses valores naturalmente são agregados à nossa existência.
Nossa geração é classificada por alguns como “peregrina da bênção”. Não é difícil ver as multidões que saem diariamente em busca frenética do favor de Deus, e que sem perceberem desprezam um relacionamento com Deus, desprovido de quaisquer interesses maiores. Por isso Davi se destaca dentre muitos, pois para ele, vida com Deus era prioridade e as bênçãos uma maravilhosa conseqüência. Ele mesmo afirma: “Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além de ti” (Salmos 16:2).
Quando nos ocupamos verdadeiramente de Deus, somos tomados por uma satisfação tão rica e tão plena, que nada mais importa. A devoção genuína faz com que nossos olhos sejam atraídos pelo Senhor e tão somente por ele, sem concorrência, sem distrações com futilidades ou sonhos egoístas e mesquinhos. Acho tremenda a repreensão que Jesus dada a Marta e como ele ressalta a importância da devoção. “Respondeu o Senhor: "Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”. (Lucas 10:41-42). Marta estava preocupada com os afazeres da casa, provavelmente preocupada em servir, o que em tese não é um pecado, pelo contrário, um valor. No entanto, quando o serviço nos impossibilidade de ouvir a voz de Deus, de nos prostrarmos diante dEle, enfim, de lhe ofertarmos nossa devoção, então o serviço transformou-se num problema. Qualquer bênção que tenhamos recebido de Deus ou dos homens, qualquer conquista humana, qualquer realização ou obra, um dia nos será tirado. A casa arrumada, uma hora se desarruma; uma formação acadêmica, uma hora se torna ultrapassada; o carro do ano, fica velho; a cura de uma enfermidade hoje, não impede que morramos amanhã; um relacionamento afetivo pode acabar; o dinheiro, a beleza física, a influência política, as muitas amizades, o sucesso pessoal, tudo pode acabar. Mas Jesus disse: “Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”, o que Maria escolheu? Escolheu vida com Deus, escolheu devoção. Isso não lhe será tirado. Quem faz da vida com Deus um “investimento”, faz o melhor “negócio”, pois jamais alguém terá prejuízo na devoção. Mas vale uma ressalva, não olhe para isso que chamo de investimento a partir da visão capitalista, pois o maior lucro que alguém pode ter na devoção, não são o derramar das bênçãos de Deus (mesmo que isso seja uma realidade); mas sobretudo o próprio Deus, a companhia doce e poderosa do próprio Senhor. A bíblia diz que: “O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:17). Não importa o quando você cobice, tudo vai passar. O pior é que muitos envolvem Deus em suas cobiças e faz de suas cobiças motivos de “campanhas espirituais” nos mais diversos arraias da fé.
Quer uma opção de vida segura? Faça a vontade de Deus. Quer saber qual é a vontade de Deus? A bíblia responde: “Respondeu Jesus: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.” (Mateus 22:37). Põe em ordem sua devoção!

“Busquem o Senhor enquanto se pode achá-lo; clamem por ele enquanto está perto” Isaías 55.6

“A oração é o íntimo sublimar-se da alma pelo contato com Deus.” 
Rui Barbosa


Pr. Hilquias

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Põe em ordem seu Tempo

“Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada oportu-nidade, porque os dias são maus.” Efésios 5:15-16

Alguém já afirmou que “o tempo é a inexplicável matéria-prima de tudo”. A partir dele todas as coisas se estabelecem. O tempo é aliado de Deus no processo de construção da vida! Coisas simples ou complexas demandam tempo: o lazer com a família, a carreira profissional; a leitura de um bom livro, a restauração da confiança entre amigos; uma refeição à moda caipira, a maturidade emocional; a casa dos sonhos, a carreira acadêmica; a educação de filhos, o crescimento espiritual etc. Via de regra, o que é bom, o que vale à pena, não acontece de repente, mas é uma conquista através do tempo. Os mal-administradores do tempo jamais usufruirão do melhor da vida, mas viverão um eterno ensaio. O melhor, o memorável passa, inevitavelmente, pelo teste do tempo.
Paulo escrevendo aos Efésios, chama a atenção para o perigo da insensatez na utilização do tempo, até porque, os dias são maus. O insensato vive, mas sem o entendimento do extraordinário presente que é o tempo; o sábio valoriza cada fração de tempo ou cada oportunidade e faz disto um princípio organizador da vida. Nada é resultado do acaso, do simples e quase ingênuo destino, mas é, sobretudo, resultado da forma como administramos o tempo e consequentemente as oportunidades, que no tempo, Deus tem nos dado.
Não é sábio ignorar o tempo, pois ele é mais que algo que se conta num cronômetro, é vida, e a vida passa, o tempo passa; e segundo o sociólogo polaco Zygmunt Bauman, passa bem rápido, pois na “modernidade líquida”, o tempo também é “líquido”, marcado pela ligeira transitoriedade, tudo muda rapidamente; até porque, nessa cultura, nada é feito para durar, para ser “sólido”. É o que declara a apóstolo Tiago “Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.” (Tiago 4:14). É por isso, que a oração do sábio é carregada de discernimento no que toca ao tempo e sua utilização; no entanto, a oração do insensato é, no presente, a oração da obscuridade, da cegueira absoluta, da ignorância tola; e no futuro, será a oração do lamento: “a vida passou e nada construí, ah! se eu pudesse voltar atrás.” O problema é que o tempo não volta, ele é senhor de uma peregrinação que só anda para frente, jamais para trás.
O escritor, poeta e filósofo Ralph Emerson diz que “a pior coisa no tempo é não sabermos o que fazer com ele”. Você sabe o que fazer com o seu tempo? O sábio sabe! O sábio estabelece objetivos, metas, alvos e os persegue com discernimento e ousadia, sabedor que não se tem duas chances para viver, pois se vive apenas uma única vez, e é melhor que se viva direito. O insensato faz do instante seu imperador e do instante torna-se escravo, nada enxerga para além do momento e se vive, vive como quem olha para os próprios pés, quando deveria olhar para o horizonte e dar-se conta do percurso todo. Deveríamos fazer da oração de Moisés, nossa oração: "Ensina-nos a usar o nosso tempo de tal maneira que alcancemos corações sábios." Salmo 90:12. O tempo é tesouro para os sábios e refugo para os tolos. Alcançar um coração sábio é tarefa possível para os que usam o tempo como dádiva do céu. Põe em ordem o seu tempo!  Torne-o seu tesouro particular e viva com sabedoria.

“O tempo é grátis, mas tão valioso que não tem preço. Não o podemos possuir, mas podemos usá-lo. Não o podemos guardar, mas podemos gastá-lo. Se o gastamos não podemos tê-lo de volta.” (Harvey MacKay, empresário e jornalista americano)

"A vida já é curta e nós a encurtamos ainda mais desperdiçando o tempo." (Victor Hugo – poeta e estadista francês)


Pr. Hilquias