“E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação” 2 Coríntios 5:18
Gosto de pensar sobre o perdão como uma das armas mais poderosas no campo dos relacionamentos. Na ausência do perdão não há qualquer possibilidade de convivência. Somos gente, e como tal, errar faz parte de nosso registro. É possível esforço, boa vontade, sabedoria e outras virtudes como valores que nos permitam evitar (pelo menos boa parte das vezes), sobre a vida daqueles com os quais convivemos e amamos, o erro. Mas, cedo ou tarde o erro emerge como marca indelével de nossa humanidade e nessa hora vamos precisar aprender o caminho do perdão. Ou abraçamos o perdão como estilo de vida, ou nos enclausuramos nos guetos da solidão. Quem não perdoa termina sozinho!
Mas se o perdão é tão necessário ou mesmo indispensável, qual o seu alvo? Imagino que a palavra mais perfeita para substanciar o objetivo do perdão é RECONCILIAÇÃO. É o que afirma o apóstolo Paulo, que Deus nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo. O perdão de Cristo produz reconciliação entre nós, pecadores e Deus. A marca da reconciliação é ENCONTRO. Toda manifestação de perdão precisa produzir encontros e mais que isso, bons encontros. Gosto da palavra de Martin Luther King a respeito desse valor: “O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício.” Precisamos sempre de novas partidas, novos inícios, de encontros, de reconciliação. Há aqueles que afirmam: “eu perdôo, mas não quero convivência” ou ainda “eu perdôo, mas o quero bem distante”. Acredito que não foi esse o ideal de Deus quando nos enviou Jesus. Imagine Deus dizendo: “eu perdôo, mas não quero contato”. Quando Deus nos perdoou na eternidade, nos enviou Jesus, seu único Filho e sua marca foi ENCONTRO. Em Cristo, Deus estava dizendo: “eu perdôo e quero tocar a existência de vocês” ou ainda: “eu perdôo e quero caminhar com vocês”, o nome disso é: RECONCILIAÇÃO. Não existe perdão sem a possibilidade de novos encontros. O perdão não é um acordo de paz, que nos põe no stand by em relação ao outro; em que esperamos o primeiro sinal de desacordo ou quebra do protocolo para mais uma vez partirmos para o ataque; como acontece na Faixa de Gaza. Acho perfeito o entendimento de Machado de Assis a esse respeito, quando afirma: "Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão.” O perdão nos desarma, quebra a resistência dentro de nós e nos move empaticamente em direção ao outro.
Se você acredita ter perdoado, então você entrou no caminho da reconciliação, da nova partida, do reinício, do encontro. Talvez não seja fácil olhar para os olhos de quem te ofendeu, mas peça emprestados os “olhos de Deus” e enxergue o seu ofensor como Cristo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lucas 23.34). Não julgue, perdoe, até por que: "Só quem entende a beleza do perdão pode julgar seus semelhantes." Sócrates.
Se há significância para a vida, está nos relacionamentos. Então não percorra o caminho da fuga, é covardia e ao mesmo tempo é se furtar do melhor de Deus, que se revela no abraço de um irmão, no sorriso de um pai, no aperto de mão de um amigo, no olhar generoso de uma esposa. Quer viver intensamente: perdoe, reconcilie-se, encontre.
“Nada encoraja tanto ao pecador como o perdão.” William Shakespeare
Muito providencial encontrar esse estudo sobre o perdão, quando precisava para elaborar um para alguém muito especial para mim, que me pediu para lhe falar a esse respeito porque percebia essa necessidade em sua vida. Deus continue te abençoando, Pr Hilquias.
ResponderExcluir