“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” 1 João 2:15
Bem vindo ao mundo globalizado! Isso pode soar como comemoração, uma vez que a globalização é entendida como um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política em níveis nunca vistos ou experimentados. Não existe mais distância, pois estas foram quebradas pelos avanços tecnológicos no campo dos transportes, das operações financeiras, das telecomunicações etc. Então, viva a globalização!
Mas nem tudo é alegria nesse esquema social que se põe a integrar os povos. Junto com seus benefícios surgem formas perigosas de vida; dentre elas destaco a homogeneização dos comportamentos (homogêneo = da mesma natureza que outro; análogo). Essa condição mostra sua cara na moda, nos relacionamentos, na forma de se gastar o tempo e o dinheiro; na culinária e até na maneira de definir a fé. O processo é simples, criam-se padrões e estes são adotados como “normas sociais” e quem não as segue automaticamente se exclui. O comum é tentar ser igual ou aproximar-se minimamente dos padrões. Então não se tem um jeito exclusivo de ser japonês, americano ou brasileiro. É tudo junto e misturado. Não é difícil ver um americano comendo sushi e nem um japonês degustando um sanduíche do Mcdonald.
Aparentemente podemos interpretar como possibilidades, o que de fato é, mas ao mesmo tempo há uma espécie de imposição à imitação sem reflexão. Temos que comer o que todo mundo come, vestir o que todo mundo veste, falar a língua que todo mundo fala, lidar com nossos relacionamentos de afeto como todo mundo, ver a fé como todo mundo vê, enfim, tornarmo-nos análogos, da mesma natureza ou homogêneos. Vale ressaltar que enquanto falo da homogeneização, também penso na multiplicidade, no entanto, emerge da multiplicidade estilos “certos” de se viver.
Mas será que como cristãos podemos fazer, pensar, vestir, comer, falar como todo mundo. Certamente que não precisamos romper com este mundo, enquanto mundo cultural, ou seja, podemos comer sanduíches do Mcdonald e tomar Coca-Cola; mas precisamos nos diferenciar dos padrões apontados como normais, à medida que põem os nossos valores morais e espirituais em check . Não fomos chamados para ocupar o lugar COMUM, mas sim o DIFERENTE. Viver a fé integralmente, pressupõe andar em muitos momentos na contra-cultura, no desacordo, no dissenso.
O mundo, enquanto sistema que se apõe à Palavra de Deus, não é pra ser experimentado e amado, até porque “se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” 1 João 2:15. Deus nos chama para vivermos uma vida para além do comum, nos chama para sermos diferentes, fazermos a diferença. O mundo corrompido pelo pecado e consequentemente em colapso moral, não precisa de respostas que venham dos padrões homogêneos, até porque foram muitos desses padrões que o conduziu a este estado; mas o requerimento é por um padrão que se mostra forte pela diferença.
Se todo mundo terceiriza a educação dos filhos; negocia uma boa amizade; trai o cônjuge; cresce pela via da corrupção; ignora a Deus; age com violência psicológica ou física; faz da mentira uma forma de vida; não significa que temos que repetir tais comportamentos. Podemos pela fé recusá-los e encontrar na Palavra de Deus o jeito certo de se viver, o jeito que produz afetos saudáveis, respeito, honra, honestidade, amizade, amor, perdão, bondade, vínculos fortes de amizade, casamentos abençoados, famílias estruturadas, temor a Deus, fé inabalável, saberia e muito mais.
Se tivermos que ser parecidos com alguém, se tivermos que seguir algum padrão, que este seja Cristo, autor e consumador de nossa fé. Já afirma o apóstolo Paulo: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” Efésios 5:1
Você não foi perdoado, salvo, amado para ocupar o lugar comum e fazer o que todo mundo faz, mas a ocupar o lugar incomum, diferente, o lugar da sujeição a Deus, da obediência a qualquer custo, o lugar do discipulado.
“Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens.” 1 Coríntios 7:23
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