“E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui.” Lucas 12:15
É assombroso como nossa geração se afirma a partir das coisas. Houve um tempo que as coisas só nos fascinavam, mas este é um tempo que as coisas nos definem e até mesmo nos dominam. Somos marcados por um materialismo exacerbado e imperialista, que arrebata o nosso olhar e nosso coração. A palavra de ordem é ter e ter e ter e sempre ter mais, pois o que temos nos define. Onde moramos, que tipo de casa habitamos, que marca de roupa vestimos, que tipo de restaurantes frequentamos, que modelo e ano de carro possuímos, que cidades e países conhecemos, que títulos acadêmicos acumulamos etc, dizem muito sobre nós, nessa cultura coisificada, nessa cultura de supervalorização das coisas. Mas quanto custa ter e manter esse status quo, ou este estado atual das coisas? Certamente não custa pouco. Custa mais que tempo, mais que esforço, mais que trabalho; custa dinheiro. A manutenção de nossas cobiças, do desejo de nossos olhos não é barato e é por isso que a Palavra de Deus nos chama a atenção para a cautela diante da cobiça. A cobiça é um bicho “come, come” insaciável, que jamais se dará por satisfeito, que sempre quer mais um pouco. Quem se sujeita aos caprichos da cobiça morre enforcado em dívidas e vergonha. “Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça...” Lucas 12.15a. Mas, ao que parece, é um contrassenso cultural frear os desejos de nossos olhos, que buscam ter mais um vestido, mais um carro, mais um notebook, mais um celular, mais um par de sapatos, a câmera de última geração, a viagem dos sonhos, a camisa da moda, as pílulas que prometem milagres na balança etc. Mas volto a afirmar que o preço é alto para quem se sujeita aos caprichos da cobiça. A globo.com divulgou em 18/08/2011 que no Brasil, 64% estão endividados e 32% assumem que não tem como pagar a dívida. Temos dicas de sobra para uma boa economia doméstica, disponíveis em sites, livros, jornais; mas, sinceramente nenhuma dica vai conter a cobiça, pois trata-se de uma mazela que nos habita, um pecado resultante da queda do homem, uma herança adâmica. Não se contem pecado com dicas de economia, mas, sobretudo com poder e graça de Deus. O romancista russo Fiodor Dostoievski disse: “Há um vazio no coração do homem do tamanho de Deus”. O homem só se realiza completamente em Deus e qualquer outra tentativa tende ao fracasso. Nossos descontentamentos, nossas insatisfações nos levam à uma vida cativa da cobiça. Se somos uma geração que precisa de coisas para alcançar uma tal felicidade, somos, por consequência uma geração vazia de Deus.
Por traz do grande endividamento financeiro reside uma divida espiritual, devemos a Deus nosso amor, nossa devoção, nossa fé, nossa obediência; pois como diz a Palavra “...a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui.” Lucas 12.15b. Eu acrescento, que a vida do homem consiste na comunhão com o céu e na sujeição ao governo de Cristo, em que tomamos Deus como o bem maior; como afirmava Davi: "Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além de ti" Salmos 16:2
As dívidas, os apertos financeiros, dizem dos nossos reais valores, dizem de nossa necessidade de nos afirmamos a partir das coisas, quando deveríamos nos afirmar a partir da fé em Cristo. Paulo declara: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Galátas 2.20. A partir desta declaração fica fácil entender como Paulo se relacionava com as coisas, com a matéria, ao declarar: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” Filipenses 3.8. O maior problema não é o quanto de coisas possuímos, mas o quanto somos possuídos por elas.
Quer colocar em ordem suas finanças? Comece pela base, comece colocando em ordem suas prioridades, seus valores. Se não tratarmos da cobiça, não será mais uma dica orçamentária que nos salvará. “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6.33
O dinheiro é uma benção, ter coisas, um privilégio, mas, nada substitui um coração cheio da presença de Deus. Redefina suas prioridades, restabeleça os reais valores da vida, busque a Deus, liberte-se da cobiça e não será difícil colocar suas finanças em ordem.
"A cobiça é insaciável; para o cobiçoso, tudo é pouco."
"Não é pobre o que tem pouco, mas o que muito cobiça"
Pr. Hilquias
"A cobiça é insaciável; para o cobiçoso, tudo é pouco."
"Não é pobre o que tem pouco, mas o que muito cobiça"
Pr. Hilquias
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